Em OUTUBRO ---

Alan Moore fala sobre novos projetos em entrevista (2)

Em sua conversa pelo telefone com o jornalista Geoff Boucher, articulista do blog "Hero Complex" do jornal norte-americano Los Angeles Times, o roteirista britânico Alan Moore descreve um pouco alguns de seus projetos presentes e futuros.
TRADUZIDO PELO BLOG BIBITCANUS
Tradução integral da entrevista de Alan Moore, um gênio das histórias em quadrinhos
Um bruxo cético? Moore fala de projetos ambiciosos, uma epopéia com elementos de humor e uma enciclopédia em que expõe sua visão sobre a magia.

Há um filme que Moore está apoiando agora. É o novo lançamento em DVD intitulado "The Mindscape of Alan Moore" trata-se de um documentário habilmente realizado que é inteiramente focado em Moore sentado no que parece ser uma assombrosa sala de estar e ruminando sobre arte, o ato de contar histórias, magia e cultura.. O filme foi feito por Dez Vylenz, que era ainda um estudante da London International Film School quando enviou uma carta para Moore expressando o interesse em criar um documentário sobre o escritor como trabalho de finalização de curso. .
The Mindscape of Alan-Moore, o documentario dirigido e produzido por Dez-Vylenz
O projeto ia bem e, muitos anos atrás, o diretor/produtor decidiu refazê-lo completamente na forma de um filme que seria lançado para o público. Vylenz entrecortou imagens e utilizou efeitos visuais e texturas xamânicas para dar ao filme um aspecto psicodélico ( Me lembra um pouco as subtilidades de um filme de Godfrey Reggio, tal como "Koyaanisqatsi", mas em uma escala de produção bastante, bastante menor).

Foi bastante proveitoso sentar-se lá numa cadeira e falar, falar e falar porque, tal como qualquer um que me conhece por mais de uma hora lhe contará, essa é a minha segunda natureza. A idéia disso - apenas eu falando - me pareceu muito intediante mas Dez Vylenz é muito talentoso e se houver qualquer coisa no filme para que não seja bem sucedido, eu culparia as falhas do seu personagem principal." o filme foi feito em 2003 mas só agora chega as lojas, a partir de 30 de setembro estará à venda como DVD duplo na Shadowsnake Films. No filme, Moore deixa claro que acredita que a magia e a arte de contar histórias estão claramente ligadas e que, sob um exame mais atento, as definições do que é real e do que é imaginado são mais incertos do que geralmente é aceito. Este documentário não é um sucesso momentâneo tal como "Crumb" foi mas, como o filme de 1994 dirigido por Terry Zwigoff, este irá deixar uma impressão em seus eventuais expectadores de que alguns dos mais peculiares gênios de nossos dias tendem a rondar em torno dos quadrinhos.

Moore às vezes usa garras metálicas, descreve a si mesmo como anarquista e, no passado, contava a repórteres que adorava uma antiga deidade romana em forma de cobra. Mas o que é mais estranho nele é que parece ser o último criador de histórias em quadrinhos que desligaria um chamado de Hollywood.

"Entrei para o ramos dos quadrinhos porque achei que essa era um medium bom, bastante útil e que não havia sido explorado em seus potenciais,"


Ele depois explicou que foi o falecido Will Eisner quem trouxe uma abordagem cinematográfica para os quadrinhos nos anos 40 após assistir "Citizen Kane" dúzias de vezes e transferir seu estilo visual e abordagem para as transições das páginas do "The Spirit."

"Por mais que eu admire Eisner, acho que manter aquela abordagem nas histórias de hoje pode ser mais prejudicial do que bom. Se você aborda essa relação da linguagem do cinema nos quadrinhos, você acaba ficando com um filme que não se mexe, não possui trilha sonora e carece do benefício de ter uma astro famoso no papel principal"


Moore disse que com "Watchmen" ele contou o relato épico de um grande número de personagem através de diferentes décadas da história com "um conjunto de técnicas" que não podem ser transpostas para as telas, entre as quais a técnica do "livro dentro do livro", algo que levaria os leitores a uma segunda história interior tão quanto os documentos e as escritas dos personagens. Ele também contou que fica ofendido pelo quantidade de dinheiro e recursos que circulam em torno dos projetos Hollywoodianos.

"Eles pegam uma idéia, profanam-na, dinamitam-na, infantilizam-na e gastam 100 milhões para dar as pessoas uma breve escapatória de suas vidas degradantes e intediantes. É obsceno e é ofensivo. Não me agrada esse tipo de cultura. Estou certo de que soa como Bobby Fischer comentando sobre xadrez "


Moore disse que está trabalhando agora numa nova montagem para adimirável série de quadrinhos "League of Extraordinary Gentlemen" que possui muito mais nuanças e arrojo do que o esquecível filme de mesmo título. As novas histórias levam a narrativa para a lua onde há uma guerra em andamento entre insetos gigantes ( inspirados no livro "The First Men in the Moon" de H.G. Wells escrito em 1901) e guerreiras amazonas lunares desnudas. "A idéia é bastante auto explicativa, não é?"

Ele também esteve trabalhando em um romance gigante épico de 750,000 palavras. "Faz o estilo adulto, sem figuras," ele disse.

"Embora a tecnologia de encadernação moderna possa ser subjugada pelo tamanho do livro. É uma fantasia vasta e exasperada chamada 'Jerusalém.' "


A história é parcialmente um relato de sua Northampton nas datas dos dias da colonização Saxônica em 700 d.c , mas também é uma "história infantil insana" que segue os trejeitos de um Charlie Chaplin, um Oliver Cromwell e "uma explicação para a vida pós-morte que se conforma a todas as conhecidas leis da física."

Há também uma gigantesco livro de referência mágica que ele está compondo com contribuições de artistas notáveis e escritores parceiros. O livro investiga a Kabbalah, a projeção astral, as sessões espíritas, o Tarô, as aplicações práticas da magia e uma profunda pesquisa em suas origens históricas, tais como as verdadeiras origens dos contos faústicos. Falando sobre o livro, o xaman cético das histórias em quadrinhos soou desconcertante, especialmente para um bruxo preso a uma era digital grosseira.

“A magia é um estado da mente. Ela é constantemente retratada como algo muito obscuro e gótico e isso porque certos praticantes a utilizam para obter poder e prestígio. É um desserviço. A magia tem várias tonalidades. E disso tenho muita certeza.”


League of Extraordinary Gentlemen, a liga extraordinaria. Personagens literários dos quadrinhos
Ilustração promocional para a próxima League of Extraordinary Gentlemen, publicação marcada para 2009

Traduzido e adaptado de Los Angeles Times' comic and sci-fi centric "Hero Complex"

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1 comentários:

magobardo disse...

Como "fã-nático" pela "obra mooreana", e sendo criador e mantenedor do site www.alanmoore.com.br só tenho que parabeniza-lo por excelente postagem!
(e se seu sleitores interessarem, tenho os dvds -leg em portugues- "A PAISAGEM MENTAL DE ALAN MOORE". vejam em
http://memoriatvcinema.net46.net

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